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terça-feira, 25 de junho de 2013

Células-tronco: entendendo a polêmica

As células-tronco são células especiais que funcionam quase como um coringa no jogo de baralho. Isto é, elas são capazes de se transformar em tipos diferentes de tecido, podendo ser usadas quando o organismo não produz células de reposição: cérebro e nervos, por exemplo. No lugar danificado implantam-se as células-tronco e lá inicia-se um processo de diferenciação celular gerando a regeneração do tecido danificado. Pesquisas nesta área são realizadas desde 1989.

As células-tronco podem ser adultas ou embrionárias. As adultas podem ser obtidas da medula óssea. As embrionárias provêm de embriões, isto é, óvulos fecundados em fase inicial de desenvolvimento (em torno de 7 dias).


UM POUCO DESSA HISTÓRIA


O Brasil é o primeiro país da América Latina a permitir o uso de células-tronco embrionárias. Desde maio de 2008, quando o Supremo Tribunal Federal aprovou a Lei de Biossegurança (LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005) foram autorizadas pesquisas com esse tipo de células para terapias. Com o vídeo a seguir pode-se relembrar as tensões sobre este debate: https://www.youtube.com/watch?v=aOc-3ms9sxI

O processo de aprovação da Lei gerou um grande debate entre as diferentes visões sobre o uso das células-tronco embrionárias para pesquisa. Veja o quadro a seguir:

  

Científica
Ética
Jurídica
Política
Religiosa
O debate gira em torno da concepção do início da vida. Um grupo de cientistas acredita que a vida inicia-se no momento da fecundação. Enquanto o outro defende que a vida só se inicia a partir da formação do sistema nervoso. A maior capacidade de diferenciação das células-tronco embrionárias é um dos argumentos usados na defesa de sua pesquisa. Entretanto, novas pesquisas apontam que células não embrionárias, como as pluripotentes induzidas (iPS) podem ser usadas para os mesmos fins.
As células-tronco embrionárias podem ser obtidas mediante manipulação de embriões, portanto, fere os princípios de existência e dignidade humana. Isto porque as técnicas empregadas para obtê-las implicam na destruição do embrião humano.
O direito a vida é inviolável (art.5º da Constituição Federal). Também o Código Civil Brasileiro declara que todos os direitos do nascituro são garantidos desde a concepção (art. nº 2.º). Portanto, o seu direito à vida estaria garantido.
Aprovação da Lei de Biossegurança e o incentivo a pesquisas com células-tronco embrionárias. O objetivo de longo prazo é disponibilizar no Sistema Único de Saúde (SUS) novas terapias que vão agir mais especificamente no paciente e ampliar a possibilidade da cura.
A Igreja Católica é contra as pesquisas com células-tronco embrionárias, pelo mesmo motivo que condena o aborto, ou seja, por considerar o embrião um ser humano. As pesquisas, na visão da igreja, significariam a manipulação da vida humana pelo homem, o que fere a ética católica.

O debate volta à tona

Em 2012, com o anúncio do Prêmio Nobel de Medicina ao japonês Shinya Yamanaka, que fez com que células-tronco adultas fossem reprogramadas para que voltassem a se comportar como embrionárias, a opinião pública volta a refletir sobre o tema. A polêmica se renova com a descoberta de Yamanaka gerando um importante questionamento: continuar ou não com as pesquisas com células-tronco embrionárias?

Questões para o debate
·         Qual sua opinião e argumentos sobre o uso terapêutico de células-tronco embrionárias?
·         É possível existir um consenso sobre os diferentes pontos de vistas em torno das terapias celulares?
·         Que novos rumos essa pesquisa pode possibilitar?

Fontes:

http://www.lance-ufrj.org/ceacutelulas-tronco.html



Autoras: Ana Coimbra, Nathalia Lima e Renata Ribeiro

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Criacionismo versus Evolucionismo

Tensões entre Ciência e Religião na sala de aula

Quando o Homem começou a observar os seres vivos que o rodeavam, sua natureza questionadora fez com que fosse iniciada a busca por uma explicação sobre como todos aqueles seres chegaram até ali, daquela forma, naquele momento, cada um em seu lugar certo, com seus hábitos, dependentes uns dos outros.
A partir daí começaram a surgir hipóteses explicativas do surgimento e desenvolvimento das espécies vivas. Num primeiro momento, o ser humano, sem qualquer possibilidade de realização de testes científicos, atribui todas as coisas inexplicáveis a seres superiores, capazes de provocar tempestades quando mal-humorados e farta colheita quando satisfeitos. Este é o Criacionismo, a ideia de que uma ou mais entidades supremas criaram não apenas toda a diversidade dos seres vivos, mas também todo o universo e tudo o que nele existe. O termo criacionismo comumente usado, é definido pelos dicionários de Língua Portuguesa como a teoria dos que acreditam na criação do Universo de acordo com a interpretação literal do Gênesis e/ou crença dos que acreditam que o Universo e toda existência têm origem numa energia ou entidade criadora, onde os adeptos dessa teoria acreditam que os seres vivos são imutáveis.
Do outro lado, podemos definir o evolucionismo como uma teoria que aceita a transformação das espécies ao longo do tempo, através de mecanismos evolutivos. O evolucionismo compreende Lamarckismo (geração espontânea), Darwinismo (seleção natural) e Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução (origem das espécies a partir de um ancestral comum – genética).

Figura 1 - Capela Sistina                                  


 Figura 2 – Árvore da Vida de Darwin
  
 Muito do debate sobre evolução e criacionismo é colocado como um conflito mais amplo entre ciência e religião. Com isso, defensores do criacionismo têm usado argumentos científicos descontextualizados para embasar suas crenças. Tais como a ausência de fosseis de espécies de transição e o surgimento de estruturas complexas.  
Mesmo professores de Ciências que possuem uma formação religiosa, buscam balancear as duas concepções no ensino. No entanto, professores sem religião tendem a afastar essas concepções, privilegiando o ensino evolutivo.

DEBATE NA SALA DE AULA

 ·     É possível conviver com ambas as concepções que explicam a natureza em um mesmo espaço?Ou cada explicação tem um campo específico de atuação (ciência x religião)?
          
    ·      O discurso religioso, criacionismo, precisa se apropriar de argumentos científicos para possuir validade? 

REFERÊNCIAS

  1. Amabis, J. M. & Martho, G.R. Fundamentos da Biologia Moderna. Vol. Único. 4ª edição. São Paulo: Editora Moderna. 2006. 
  1. http://evolucaobiobr.wordpress.com/2008/11/06/fixismo/
  1. http://www.evo.bio.br/LAYOUT/ELO.HTML
  2. http://alogicadosabino.wordpress.com/2008/11/17/a-sobrevivencia-do-mais-falso/
  1. http://vidaemorbita.blogspot.com.br/2011/02/criacionismo-x-evolucionismo.html
  1. http://argumentoscontradarwin.blogspot.com.br/

AUTORES:
Daniel; João Paulo; Rafael; Pedro e Mariana Passos



segunda-feira, 10 de junho de 2013

Emissário submarino de esgoto: vilão ou solução?

Na cidade do Rio de Janeiro temos uma estimativa de produção de, aproximadamente, 80 a 160 litros de esgoto por pessoa, por dia. Em uma cidade grande, com a população crescendo a cada ano, esse número torna-se um problema ainda maior! O que fazer com o esgoto em uma grande cidade? Afinal, o tratamento e a destinação final do esgoto devem atender a demanda do presente e prever o crescimento da população no futuro.
O emissário submarino foi uma solução criada para nos “livrarmos” do esgoto produzido na cidade. Muitos acham que ele nada mais é que o lançamento de dejetos no fundo do mar e que polui cada vez mais as praias cariocas. Porém, autoridades da cidade do Rio de Janeiro acham que o emissário submarino é muito eficiente, desde que seja bem dimensionado e acompanhado de um pré-tratamento da matéria orgânica. No caso dos bairros de Ipanema e da Barra da Tijuca, por exemplo, são jogados 900 litros/segundo de esgoto no mar.
Após superficialmente tratado, o emissário submarino lança o esgoto no mar a uma grande distância da costa. A diferença entre a velocidade do esgoto e das correntes no local promove uma mistura da água do mar com o esgoto, diluindo-o. Como o esgoto é menos denso que a água do mar, ele fica na superfície. Dessa forma, algumas bactérias presentes no esgoto morrem na presença de raios ultravioletas e de água salgada. Visto desta forma o emissário pode ser considerado um eficiente método de tratamento de esgotos, mas será verdade?
Ambientalistas afirmam que emissários necessitam de monitoramento constante, pois há possíveis impactos causados à qualidade da água e ao meio ambiente, como: contaminações microbiológicas que causam aumento de matéria orgânica no mar, acúmulo de sedimentos que afetam a ecologia local, aumento dos níveis de toxicidade e, consequentemente, prejuízos para a indústria pesqueira e a saúde da população.




























DEBATE PARA A SALA DE AULA

§  Será que a emissão de esgoto prejudica o banho nas praias?
§  Existe uma quantidade limite a ser jogada no mar?
§ O que fazer com o esgoto em uma grande cidade? Quais as alternativas?



Fontes de informações:
FELIX, M. C. Investigação da influência do emissário submarino da Barra da Tijuca no seu entorno através do monitoramento de parâmetros físico-químicos, carbono orgânico total e particulado, nitrogênio orgânico particulado, nutrientes e hpas. IN: http://www.puc-rio.br/pibic/ relatorio_resumo2011/Relatorios/CTC/QUI/QUI-Mariana%20Cunha%20Felix.pdf 


Autoria: Anna Karolina (Licencianda em Biologia/UFRJ)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

AGROTÓXICOS: UMA SOLUÇÃO ECONÔMICA OU PROBLEMA SOCIAL?

Segundo a Lei Federal nº 7 802 de 11/07/89, regulamentada pelo Decreto nº 98816, no seu artigo 2, inciso I, define o termo agrotóxicos da seguinte forma : “Os produtos ou os componentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento  de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas e também em ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento.”
 Com o crescimento da demanda por alimentos, que acompanhou a explosão demográfica mundial, foi necessário tanto o uso de terras consideradas férteis, como inférteis. O uso inadequado das técnicas de manejo e da má conservação dessas terras, decorreu a degradação dos ecossistemas, facilitando a ocorrência de processos erosivos. Os impactos ao meio ambiente, não apenas reduziram a produtividade, mas aumentaram o número de invasões de animais, considerados nocivos ou pragas e com eles o surgimento de doenças.  Eliminação de espécies animais também decorre do uso de agrotóxicos.
Neste contexto o agrotóxico surge para corrigir as necessidades do solo e prevenir ou eliminar as pragas que prejudicavam a produtividade. Contudo, a eficácia encontrada neste método despertou o interesse econômico do país em aumentar a produtividade e elevar a eficiência econômica do processo produtivo rural, ou seja, “melhorar” a qualidade dos produtos.
Mas os agrotóxicos além de prevenir e eliminar as pragas também causam uma série de doenças, que atacam os trabalhadores rurais, comunidades rurais e toda a população. Sendo necessário todo um cuidado na compra, no transporte, no armazenamento e na aplicação dos agrotóxicos. 

DEBATE EM SALA DE AULA

O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo. Quais os benefícios e os limites que você identifica no uso excessivo de agrotóxicos na agricultura?

Inicialmente chamados de “defensivos agrícolas”, passam a ser denominados de “agrotóxicos”.  Por que esta mudança?

TEMAS RELACIONADOS, AMPLIE SUA PESQUISA...


v  Bioacumulação
v  Desenvolvimento sustentável
v  Plantio de subsistência
v  Transgênicos
v  Fruticultura
v  Agroecologia

   





FONTES DAS IMAGENS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:


 ·  VEIGA, MARCELO M. Agrotóxicos: eficiência econômica e  
injustiça socioambiental. Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz.
RJ, 2009;
·   ANVISA. Resíduos de agrotóxicos em alimentos. Revista Saúde
Pública, 2006. Disponível em WWW. anvisa.com.br;

Autores:
Diego Reis
drufrj@yahoo.com.br
Ludmilla Caron
ludcaron.bio@gmail.com.br
Nathália Francelino
nathaliafrancelino@hotmail.com