Get me outta here!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Canabidiol: algumas faces da polêmica sobre a “droga” do amanhã





http://www.vozdabarra.com.br/deputados-
uruguaios-aprovam-legalizacao-da-maconha
/
Durante séculos o homem usou ervas para tratar as enfermidades que o acometia, além de usá-las em rituais. Com o advento da indústria elas passam a ser distribuídas em grande escala como remédios. Assim sendo, o homem vem utilizando mais e mais essas drogas, o que sabemos é que algumas podem levar a dependência química, fazendo com que sejam utilizadas de forma ilícita, para satisfação pessoal, como no caso da maconha. Em alguns países essa droga é liberada para a venda e para o cultivo, podendo ser usada para consumo e tratamentos. Aqui no Brasil ela é proibida, pois ainda é considerada uma droga ilícita.


As drogas medicinais, que conhecemos como remédios, podem aliviar sintomas de doenças e até mesmo combatê-los. Para que elas possam ser vendidas, os fabricantes em seus laboratórios precisam comprovar que são seguras para consumo e que possuem um real efeito terapêutico.

Recentemente, divulgou-se o potencial medicinal de um composto químico, o canabidiol (CBD), extraído da Cannabis sativa, popularmente chamada de maconha, marijuana ou baseado que, segundo estudos, além de ajudar no tratamento de alguns problemas de saúde como ansiedade, insônia, dor neuropática, epilepsia e crises convulsivas, por exemplo, auxilia também no tratamento do autismo e do câncer, diminuindo a aplicação da quimioterapia e da radioterapia no paciente, além de minimizar os seus efeitos colaterais - náuseas e vômitos. A empresa de biotecnologia estadunidense "Cannabis Science" demonstrou propriedades de inibição de metástases, principalmente para o câncer de mama, pelo fato de que o canabidiol conseguiu impedir a expressão excessiva do ID-1, gene que permite o deslocamento de células entre tecidos distantes, evitando assim que células tumorais espalhem-se pelo corpo.




Um estudo publicado na "Nature Reviews - Cancer" fornece uma explicação histórica e detalhada sobre como o THC (principal psicoativo da maconha) e os canabidióis naturais que combatem o câncer e preservam as células normais. Por esse motivo, em vários países o seu uso medicinal já foi legalizado. “A maconha tem uma variedade de componentes que geram efeitos farmacológicos, ela possui efeito anti-inflamatório, analgésico, estimulador, sedativo e diminui a pressão intraocular, náuseas, espasmos musculares e cólicas”, afirma o pesquisador e neurobiólogo, da Universidade de Brasília, Renato Malcher Lopes.
Para o membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, Vladimir de Andrade Stempliuk, o Conselho apoia a regulamentação do uso da maconha. Para Vladimir,

“A proibição das drogas tem sido o argumento principal para a criminalização da pobreza, do extermínio e encarceramento massivo da juventude pobre e negra. Defendemos em contrapartida a descriminalização das substâncias psicoativas e a garantia dos direitos das pessoas que fazem o uso dessas substâncias, inclusive quando necessário serem atendidas na rede de atenção psicossocial.”

Estudo do economista Jeffrey A. Miron, da Universidade de Harvard, realizado em 2008, estimou que “a legalização das drogas e a formalização do mercado das drogas injetariam US$ 76,8 bilhões por ano somente na economia dos Estados Unidos. Desse total, US$ 44,1 bilhões seriam poupados de ações policiais do Estado. Outros US$ 32,7 bilhões poderiam ser arrecadados na forma de impostos”.

No Brasil a ANVISA ainda não legalizou o uso medicinal da erva Cannabis, pois ainda não possui conhecimento suficiente sobre seus efeitos colaterais e a dosagem adequada em pacientes para o tratamento de enfermidades. Afinal, a maconha ainda é mais conhecida pela sua ação psicótica e viciante. Quando não é usada na dosagem adequada e sob prescrição médica, pode levar a sérios danos na saúde como morte de neurônios, perda de memória, taquicardia, aumento da pressão arterial, redução dos reflexos, dentre outros.

Na opinião de Emmanuel Fortes, psiquiatra e representante da Associação Brasileira de Psiquiatria, a proposta de liberação da maconha é simplista. “Falar em liberação de droga no Brasil é piada. O Brasil não controla nem a venda de cola de sapateiro, de bebida alcoólica a menores. Não vai controlar maconha, crack ou cocaína”. Outro argumento do psiquiatra aponta que: “é impossível saber de antemão quem tem esquizofrenia latente ou psicose maníaco-depressiva, por exemplo, e quem pode desenvolver essas doenças por conta do contato com as drogas”. 
Infelizmente, pais que utilizam a droga para o tratamento de seus filhos, têm que conseguir a Cannabis de forma ilegal. Além disso, há a preocupação de que a droga venha misturada a outros componentes, podendo dificultar ainda mais o uso para tratamento médico. Sendo assim, a sua liberação para o uso terapêutico envolveria mudanças culturais, econômicas e legais. Outros questionamentos: como ocorreria o processo de liberação? Por exemplo, onde ela seria vendida? Quem poderia comprar? Qual a quantidade máxima a ser vendida ao consumidor? Como seria a fiscalização de sua prescrição e venda?




Questões para o debate:

Pense na frase e na imagem abaixo e tome uma posição:
“Acredita-se que o Brasil não esteja ainda preparado para a legalização, pois legalizar não é o mesmo que liberar”.





Assista o vídeo legendado Cannabis Cura Cancer! Ele fala do estudo publicado na revista "Nature Reviews-Cancer”. Disponível também em: http://www.youtube.com/watch?v=cOTMW3HVdCU.





Referências:

ALBERTS, Bruce; et. al. Biologia Molecular da Célula. Porto Alegre: Artmed, 2010. p.G-23.

BAPTISTA, Rodrigo. Especialistas defendem uso medicinal da maconha. 06 de Set. 2014. Disponível em: <http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2014/08/25/ especialistas-defendem-uso-medicinal-da-maconha>. Acesso em: 21 de nov. 2014.

BRASIL. Oposta à política atual, legalização das drogas é polêmica. Disponível em:<http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/emdiscussao/dependencia-quimica/mundo-e-as-drogas/oposta-a-politica-atual-legalizacao-das-drogas-e-polemica.aspx>. Acesso em: 26 de nov. 2014.


CANNABIS SCIENCE. NBC News Reports that Cannabidiol (CBD) "Turns Off" the Cancer Gene Involved in Metastasis Findings by Scientists at California Pacific Medical Center gives Scientific Support for Cannabis Science Initiatives. 20 Setembro 2012. Disponível em: <http://www.cannabisscience.com/news-media/news-archive/190-nbc-news-reports-that-cannabidiol-cbd-turns-off-the-cancer-gene-involved-in-metastasis-findings-by-scientists-at-california-pacific-medical-center-gives-scientific-support-for-cannabis-science-initiatives>. Acessado em: 26 de nov. 2014.

YANO, Célio. Mais uma aplicação medicinal para a maconha. In: Ciência Hoje on line. 2011. Disponível em :http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/09/mais-uma-aplicacao-medicinal-para-a-maconha. Acesso em: 26 de nov. 2014.

KOPPEL, Barbara S.; BRUST, John C.M.; FIFE, Terry et al. "Systematic review: efficacy and safety of medical marijuana in selected neurological disorders. Report of the guideline development subcommittee of the American Academy of Neurology”. In: Neurology, nº82, 2014, p.1556- 63. Disponível em:< http://familiabrasil.org/revista/ojs-2.2.3/index.php/ENeuroatual/article/view/334/743>. Acesso em: 26 de nov. 2014.

MARTINS, Lucas. Drogas. Disponível em: <http://www.infoescola.com/drogas/>. Acesso em: 19 de nov. 2014.

MENEZES, Cynara.  A guerra de argumentos pró e contra a legalização da maconha. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/politica/ a-guerra-de-argumentos-pro-e-contra-a-legalizacao-da-maconha-106.html>. Acesso em: 21 de nov. 2014.


Autoria

Carlos Victor Dourado Batista - Bacharelando em Ciências Biológicas 
Juliana Lima de Asevedo de Avelar Almeida - Licencianda em Ciências Biológicas 
Instituto de Biologia - UFRJ

           
  

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Eu gosto, eu não gosto, eu gosto... Vamos entender o horário de verão?


Verão, época do ano que todo mundo gosta. Tem Natal, Ano Novo, Carnaval e ... o horário de verão! Bom, a verdade é que, nem todo mundo gosta da mudança de uma hora em seus relógios. Nós aqui do clipping não tínhamos uma posição formada sobre o assunto, uns adoram o dia claro, outros odeiam levantar mais cedo, então resolvemos pesquisar pra entender melhor o porquê dessa mudança acontecer todos os verões.

Durante os períodos de primavera e verão, os dias são mais longos. Isso ocorre por conta do afastamento máximo angular atingindo entre a Terra e o Sol. Com a maior irradiação solar dos pontos mais afastados da linha do Equador, os dias nesses lugares passam a ser mais longos. Ao notar isso no século XVIII, o cientista, filósofo e diplomata Benjamin Franklin propôs pela primeira vez que os relógios fossem adiantados em uma hora, a fim de aproveitar melhor a luz solar, reduzindo o gasto de velas nas residências e fábricas daquela época. Porém, só no século XX que essa ideia sairia do papel. Willian Willett, membro da Sociedade Astronômica Real sugeriu a mudança dos relógios britânicos durante o verão. Willett falece em 1915, um ano antes de a Alemanha ser o primeiro país a adotar sua tese.

No horário de verão adicione 1h ao valor listrado.

No Brasil, o horário de verão aconteceu pela primeira vez entre 1931/1932 durante a era Vargas, e durou quase meio ano, tendo início em 3 de outubro de 1931 e terminando em 31 de março de 1932. Somente a partir de um decreto do presidente José Sarney, em 1985, a medida passou a ser adotada anualmente. Nos anos anteriores, a medida havia sido adotada apenas por nove vezes: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967. A partir de 2008 uma data foi fixada para o início e término do horário, que  passa a vigorar entre a zero hora do terceiro domingo de outubro à zero hora do terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, podendo ser prorrogado se essa data coincidir com o domingo de carnaval. Importante lembrar que o horário de verão acontece apenas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. 

Como Benjamin Franklin, propôs no século XVIII sua maior funcionalidade seria o melhor aproveitamento da luz solar e economia, não mais de velas nos dias atuais, mas de energia elétrica. Na atualidade se defende que com a mudança as pessoas têm mais tempo para aproveitar o dia mais longo para o lazer. Porém, a economia de energia na região Sul gira em torno de 7%, nas regiões Centro-Sul e Sudeste gira em torno de 5%. No decorrer da medida o Sol nasce por volta de seis a seis e meia da manhã, e durante esse horário grande parte da população esta se dirigindo ao trabalho e à escola, logo, a iluminação artificial ainda se faz necessária. Além disso, por termos dias mais longos passamos mais tempo executando as nossas tarefas, pois termos a impressão de ainda “estar cedo”, por conta da claridade solar.

Questões pra debate:




 Bibliografia:

PLANETÁRIO DO RIO DE JANEIRO. Movimentos da Terra. Disponível em: <http://www.planetariodorio.com.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=325:movimentos-da-terra>.

Acesso em 21 Nov. de 2014.

 Ambiente Brasil. Horário de Verão. Disponível em: 
Acesso em 21 de Nov. de 2014. 
 Portal NiPPO  Brasília. Horário Brasileiro de Verão 2014/2015.
Disponível em: 
Acesso em 21 Nov. de 2014.
How stuff works. A história do horário de verão. Disponível em: <http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/horario-de-verao1.htm>. 
Acesso em 21 Nov. de 2014.




    Maria Júlia Lima Rocha– 
Licencianda em Ciências Biológicas
– UFRJ / CCS
Bolsista PIBEX – UFRJ



https://www.facebook.com/clippsocioambiental



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Chocolate... Chocolate... Eu só quero chocolate, só quero chocolate!


O chocolate é um alimento muito ingerido pela população mundial, chega a tomar o lugar de algumas das refeições diárias. São raros os que não o amam. Mas de onde ele veio? Quais seus benefícios? Será que comer chocolate pode nos causar malefícios?
O cacaueiro é uma arvore natural das regiões tropicais da América Central, seus frutos são denominados de cacau e são a principal matéria-prima na produção do chocolate. Não se sabe ao certo quem inventou o chocolate, mas sabe-se que, originalmente, a semente do cacau era amassada e transformada em uma bebida, o tchocolatl. Por exemplo, os Astecas acreditavam que o chocolate era divino, um presente dos deuses. Ao receber seu nome científico, a árvore que dá origem ao chocolate foi nomeada de Theobroma cacao, que significa ‘alimento divino’.
Muitas polêmicas envolvem o consumo do alimento divino. Em outubro de 2014, a pesquisa publicada pelo Dr. Scott Small, do Centro Médico da Universidade de Columbia, mostra que uma substância química que estimula a memória está presente no cacau, é o flavanol (C₁₅H₁₄O₂). Para realizarem a pesquisa, o grupo de cientistas contou com alguns idosos, onde uns ingeriram pequenas doses (10mg) da substância e os outros ingeriram 900mg diárias da mesma. Vale ressaltar que eles foram submetidos a testes de memória antes e depois do experimento. Os resultados mostraram que os testes de memória foram bem melhores após a ingestão do flavanol. Esse componente é capaz de reverter o déficit cognitivo, preservar a massa cerebral e, assim, melhorar a capacidade de memorização. 


O problema é que uma barra comum de chocolate não possui a dose necessária da substância para que o resultado seja tão expressivo como foi nesta pesquisa, sendo assim, o indivíduo deve consumir um nível maior de chocolate para obter os mesmos resultados. Entretanto, com o aumento da ingestão outros fatores são afetados, deixe-me explicar o processo: o chocolate é obtido a partir da mistura de diversos derivados do cacau com outros ingredientes e no final essa mistura resulta em, no mínimo, 25% (g/100g) total de cacau, enquanto o chocolate branco contém 20% (g/100g). Ao chocolate que normalmente consumimos (ao leite) são adicionados açúcares e gorduras saturadas (ácidos graxos e glicerol). Esses ácidos graxos são extremamente danosos ao corpo e estão relacionados ao aumento do nível de colesterol e diretamente às doenças cardiovasculares e ao aumento da pressão arterial. Em mulheres grávidas, por exemplo, essas mesmas gorduras podem resultar no atraso do crescimento do bebê e, sequencialmente, afetar a saúde da criança.

                  
     

     No chocolate encontramos os seguintes ingredientes: manteiga de cacau, gordura do leite e gordura vegetal.
A gordura do chocolate, derivada do cacau, é constituída por dois ácidos graxos saturados, o ácido palmítico e o esteárico, e o ácido oléico monoinsaturado, em adição de uma pequena quantia (menos do que 5%) de outros ácidos graxos (RICHTER E LANNES, 2007, p. 358)


    

Vamos debater:

  • Em sua opinião, o chocolate faz bem ou faz mal a saúde?
  • A pergunta que não quer calar: se é que ela existe, qual a quantidade certa de chocolate?

Bibliografia:

  • RICHTER, M.; LANNES, S. C. da S. Ingredientes usados na indústria de chocolates. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol. 43, n. 3, jul./set., 2007. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v43n3/a05v43n3.pdf. Acesso em 14 de novembro de 2014.
  • Dietary Flavanols Reverse Age-Related Memory Decline. Disponível em http://newsroom.cumc.columbia.edu /blog/2014/10/26/flavanols-memory-decline/. Acesso em 14 de novembro de 2014. (Link para a entrevista com o Dr. Small – 2 min - https://www.youtube.com/watch?v=uHP2726diBo#t=33).

Autoria:  


Jacykaysla Pacheco da Silva (Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ) 
&
 Maiara Pereira Barreto (Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ/ Bolsista PIBEX – UFRJ – CCS – FE)




segunda-feira, 3 de novembro de 2014

"Eu não mereço ser estuprada!" - Uma discussão sobre estupro, origens e possíveis causas.

O estupro é designado como uma prática sexual onde ocorre violência, opressão e agressão à vítima. Tal ato não é consensual, ou seja, não é autorizado. De acordo com a Lei 12.015 de 7 de agosto de 2009, o estupro é considerado crime contra a liberdade sexual. O artigo 213 informa que o ato é passível de pena de 6 a 10 anos de prisão.

Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou
 a praticar ou permitir que com ele
se pratique outro ato libidinoso [...]” 


Hoje em dia o estupro é considerado uma prática ilegal, mas no passado e em algumas tribos atuais, o estupro é considerado como parte da cultura e, portanto, natural. Duas hipóteses tentam explicar tal prática: uma é de que o estupro pode ser parte da herança genética, a outra tese se baseia na ideia de superioridade do homem sobre a mulher, de modo que a mulher torna-se “objeto” dos homens que praticam o ato por puro desejo de dominação.


Na hipótese de herança genética, acredita-se que o estupro possa ser uma herança ancestral. Ou seja, os homens, que não conseguiam conquistar mulheres para se reproduzir, passaram a praticar o estupro e, desse modo, seus genes se perpetuaram de geração em geração.
Incendiando a polêmica, no ano 2000, o biólogo Randy Thornhill e o antropólogo Craig Palmer lançaram um livro chamado “A natural history of rape” (Uma história natural do estupro). No livro defendem que existe uma relação direta entre estupro e sexo, afirmando ser este parte da sexualidade masculina. Os pesquisadores não defendem que o estupro seja um ato correto, mas acreditam ser uma prática que faz parte da evolução e da seleção natural já que é comum no Reino Animal, por exemplo, quando os machos de algumas espécies não são escolhidos pelas fêmeas, eles as agarram à força para procriar. 

Fonte: http://www.toneoperi.altervista.org/

A partir desta hipótese, os estudiosos afirmam que o estupro pode estar relacionado à seleção natural por dois motivos: aumento do sucesso reprodutivo da espécie, pois aumentaria o número de acasalamentos e o segundo, relacionado com a sexualidade masculina, tais como o desejo de possuir muitas fêmeas, o prazer do ato sexual e a capacidade de usar a violência para conseguir alcançar o objetivo. 
Outro forte argumento é de que a maioria dos estupros possui como vítimas mulheres em idade reprodutiva, sendo a violência contra idosas e crianças considerada como uma doença, uma psicopatia.

Variabilidade genética

São os diferentes resultados para as misturas de alelos (“pedaços” de genes), isto é, são variações das características genéticas causadas pelas diferentes combinações de alelos de um gene.

Em 1975 a feminista e jornalista Susan Browmiller defendeu em seu livro  “Against Our
Will: Men, Women, and Rape” (Contra nossa vontade: homens, mulheres e o estupro), que essa prática não tem nada haver com a sexualidade, mas sim com a violência e o desejo de dominação do homem sobre a mulher. Segundo a autora, culturalmente nossa sociedade patriarcal ensinou as mulheres a temerem e obedecerem aos homens, sem questionar seus atos,  transformando-as em objetos controlados por seus pais, maridos etc. 
Em algumas tribos como a Samburu no Quênia, meninas de 12 anos recebem colares indicando que já é permitido  o ato sexual, mesmo sem seu consentimento. Na antiguidade, gregos, romanos e egípcios já se valiam da prática do estupro para desmoralizar a tribo conquistada e impor o seu poder. Uma estratégia usada também por conquistadores do novo mundo (portugueses e espanhóis).

Queniana da tribo Samburu usando o colar para o ato sexual

A culpa também tem feito parte do debate. Uma pesquisa recente feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada em março deste ano revela que 26%  dos entrevistados, em sua maioria mulheres, acredita que a culpa do estupro é da vítima e não do agressor. 58,5% acham que se as mulheres soubessem se comportar não passariam por tal abuso, ou seja, atribuem o estupro às roupas, acessórios e comportamentos provocativos das vítimas.

Fonte: http://www.ebpsc.com.br/

Questão para debate:

Confronte as posições apresentadas pelo  Clipping e construa argumentos que te ajudem a se posicionar em relação ao polêmico tema.

Para esquentar o debate, assista a essa campanha indiana contra o estupro, um dos países onde há maior ocorrência do ato:


No Facebook veja a campanha:
"Eu não mereço ser estuprada”. Disponível em: < https://www.facebook.com /EuNao MerecoSerEstuprada>. Acesso em 29 de outubro de 2014.

Bibliografia:






Autoria:

Maiara Pereira Barreto e Maria Júlia Lima Rocha
Licenciandas de ciências biológicas – UFRJ
Bolsistas PIBEX – UFRJ – CCS/FE


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O SORVETE MAIS SABOROSO VEM DA SUA LAMBIDA!?!? LAMBER SORVETE NA CASQUINHA É MAIS GOSTOSO?



O sorvete é uma sobremesa muito apreciada em todo o mundo. Este alimento apresenta uma grande densidade energética. O sorvete é uma emulsão coloidal produzida com ingredientes como: gorduras, açúcar (sacarose) e proteínas. Bolhas de ar e cristais de gelo ajudam na sua composição. Mas não se preocupe com a saúde ou a estética de seu corpo, pois já podemos consumir sorvetes na modalidade “light” e “diet”. 


A Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nos informa que “Gelados Comestíveis: são os produtos congelados obtidos a partir de uma emulsão de gorduras e proteínas; ou de uma mistura de água e açúcar (es). Podem ser adicionados de outro(s) ingrediente(s) desde que não descaracterize(m) o produto” (Resolução RDC nº266 de 22/09/2005 da ANVISA).  


A Associação Brasileira da Indústria de Sorvete (ABIS, 2013) estima que o brasileiro  consuma apenas 2 kg de sorvete por ano. Mesmo assim, nosso país é uma promessa como mercado consumidor de sorvete do mundo, atrás apenas de EUA, China e Japão.  Atualmente ocupamos o 29º lugar no ranking de consumo, considerando o volume de sorvete per capita. Este número parece pequeno perto do consumo do país líder, pois cada americano chega  a consumir 17 kg de sorvete ao ano! Estima-se que o baixo consumo brasileiro se deva ao elevado preço do produto, que aqui atinge R$ 9,00 o litro. Nos EUA o preço equivale a R$ 4,00. 

 Fábrica moderna de sorvetes
 Fábrica antiga de sorvetes


                  


Bem, como somos fãs de sorvete resolvemos polemizar com uma interessante pesquisa a respeito da forma como devemos tomar o gelado! 

O cientista Kav McMath, diz que o sorvete é melhor saboreado se consumido em casquinha. O pesquisador, especialista em estudo sensorial pela Universidade de Massey na Nova Zelândia, e também consultor do prêmio de melhor sorvete anual do país, afirma que existem circunstâncias físicas e fisiológicas que influenciam no sabor e no paladar do sorvete. Quando degustado na casquinha é espalhado de maneira igual por toda a superfície da língua, aquecendo uniformemente, sendo assim, melhor saboreado pelas papilas gustativas da língua. Quando tomado em potinho ou na colher, levamos uma grande porção do doce à boca, e esse não é distribuído de maneira uniforme sobre a língua, logo, não aquece ao mesmo tempo, perdendo sabor. 





Em contrapartida, a praticidade de se tomar o sorvete em um copinho ajuda muito na vida cotidiana. Embalagens plásticas permitem o melhor transporte da sobremesa e ajudam a evitar a bagunça causada pela degustação do mesmo. Isso sem levar em conta o fato de não haver interferência nutricional.


Questões para debate:

Qual é, em sua opinião, a melhor forma de tomar sorvete?



FONTES DE PESQUISA:

SANTOS, Grazielle Gebrim. Sorvete: processamento, tecnologia e substitutos de sacarose, disponível em:<http://sare.anhanguera.com/index.php/rensc/article/viewArticle/980 >. Acesso em 15 de outubro de 2014. 

Sorvete em casquinha é mais saboroso, diz estudo. Disponível em:<http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2008/10/31/sorvete-em-casquinha-e-mais-saboroso-diz-estudo/ >. Acesso em 15 de outubro de 2014. 

Medidas da ABIS para estimular o consumo. Disponível em:<http://www.abis.com.br/noticias_ 2010_6.html>. Acesso em 20 de outubro de 2014. 

Mercado de sorvetes. Disponível em: <. http://www.abrasnet.com.br/ clipping.php?area=16& clipping=34824>. Acesso em 20 de outubro de 2014.

Chef de Curitiba é um dos autores da melhor casquinha de sorvete do mundo. Disponível em:

Informações nutricionais. Disponível em: <http://www.bobs.com.br/cardapio/sobremesas>.  Acesso em 20 de outubro de 2014.




Maria Júlia Lima Rocha– 
Licencianda em Ciências Biológicas
– UFRJ / CCS
Bolsista PIBEX – UFRJ