Get me outta here!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Chocolate... Chocolate... Eu só quero chocolate, só quero chocolate!


O chocolate é um alimento muito ingerido pela população mundial, chega a tomar o lugar de algumas das refeições diárias. São raros os que não o amam. Mas de onde ele veio? Quais seus benefícios? Será que comer chocolate pode nos causar malefícios?
O cacaueiro é uma arvore natural das regiões tropicais da América Central, seus frutos são denominados de cacau e são a principal matéria-prima na produção do chocolate. Não se sabe ao certo quem inventou o chocolate, mas sabe-se que, originalmente, a semente do cacau era amassada e transformada em uma bebida, o tchocolatl. Por exemplo, os Astecas acreditavam que o chocolate era divino, um presente dos deuses. Ao receber seu nome científico, a árvore que dá origem ao chocolate foi nomeada de Theobroma cacao, que significa ‘alimento divino’.
Muitas polêmicas envolvem o consumo do alimento divino. Em outubro de 2014, a pesquisa publicada pelo Dr. Scott Small, do Centro Médico da Universidade de Columbia, mostra que uma substância química que estimula a memória está presente no cacau, é o flavanol (C₁₅H₁₄O₂). Para realizarem a pesquisa, o grupo de cientistas contou com alguns idosos, onde uns ingeriram pequenas doses (10mg) da substância e os outros ingeriram 900mg diárias da mesma. Vale ressaltar que eles foram submetidos a testes de memória antes e depois do experimento. Os resultados mostraram que os testes de memória foram bem melhores após a ingestão do flavanol. Esse componente é capaz de reverter o déficit cognitivo, preservar a massa cerebral e, assim, melhorar a capacidade de memorização. 


O problema é que uma barra comum de chocolate não possui a dose necessária da substância para que o resultado seja tão expressivo como foi nesta pesquisa, sendo assim, o indivíduo deve consumir um nível maior de chocolate para obter os mesmos resultados. Entretanto, com o aumento da ingestão outros fatores são afetados, deixe-me explicar o processo: o chocolate é obtido a partir da mistura de diversos derivados do cacau com outros ingredientes e no final essa mistura resulta em, no mínimo, 25% (g/100g) total de cacau, enquanto o chocolate branco contém 20% (g/100g). Ao chocolate que normalmente consumimos (ao leite) são adicionados açúcares e gorduras saturadas (ácidos graxos e glicerol). Esses ácidos graxos são extremamente danosos ao corpo e estão relacionados ao aumento do nível de colesterol e diretamente às doenças cardiovasculares e ao aumento da pressão arterial. Em mulheres grávidas, por exemplo, essas mesmas gorduras podem resultar no atraso do crescimento do bebê e, sequencialmente, afetar a saúde da criança.

                  
     

     No chocolate encontramos os seguintes ingredientes: manteiga de cacau, gordura do leite e gordura vegetal.
A gordura do chocolate, derivada do cacau, é constituída por dois ácidos graxos saturados, o ácido palmítico e o esteárico, e o ácido oléico monoinsaturado, em adição de uma pequena quantia (menos do que 5%) de outros ácidos graxos (RICHTER E LANNES, 2007, p. 358)


    

Vamos debater:

  • Em sua opinião, o chocolate faz bem ou faz mal a saúde?
  • A pergunta que não quer calar: se é que ela existe, qual a quantidade certa de chocolate?

Bibliografia:

  • RICHTER, M.; LANNES, S. C. da S. Ingredientes usados na indústria de chocolates. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol. 43, n. 3, jul./set., 2007. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v43n3/a05v43n3.pdf. Acesso em 14 de novembro de 2014.
  • Dietary Flavanols Reverse Age-Related Memory Decline. Disponível em http://newsroom.cumc.columbia.edu /blog/2014/10/26/flavanols-memory-decline/. Acesso em 14 de novembro de 2014. (Link para a entrevista com o Dr. Small – 2 min - https://www.youtube.com/watch?v=uHP2726diBo#t=33).

Autoria:  


Jacykaysla Pacheco da Silva (Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ) 
&
 Maiara Pereira Barreto (Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ/ Bolsista PIBEX – UFRJ – CCS – FE)




segunda-feira, 3 de novembro de 2014

"Eu não mereço ser estuprada!" - Uma discussão sobre estupro, origens e possíveis causas.

O estupro é designado como uma prática sexual onde ocorre violência, opressão e agressão à vítima. Tal ato não é consensual, ou seja, não é autorizado. De acordo com a Lei 12.015 de 7 de agosto de 2009, o estupro é considerado crime contra a liberdade sexual. O artigo 213 informa que o ato é passível de pena de 6 a 10 anos de prisão.

Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou
 a praticar ou permitir que com ele
se pratique outro ato libidinoso [...]” 


Hoje em dia o estupro é considerado uma prática ilegal, mas no passado e em algumas tribos atuais, o estupro é considerado como parte da cultura e, portanto, natural. Duas hipóteses tentam explicar tal prática: uma é de que o estupro pode ser parte da herança genética, a outra tese se baseia na ideia de superioridade do homem sobre a mulher, de modo que a mulher torna-se “objeto” dos homens que praticam o ato por puro desejo de dominação.


Na hipótese de herança genética, acredita-se que o estupro possa ser uma herança ancestral. Ou seja, os homens, que não conseguiam conquistar mulheres para se reproduzir, passaram a praticar o estupro e, desse modo, seus genes se perpetuaram de geração em geração.
Incendiando a polêmica, no ano 2000, o biólogo Randy Thornhill e o antropólogo Craig Palmer lançaram um livro chamado “A natural history of rape” (Uma história natural do estupro). No livro defendem que existe uma relação direta entre estupro e sexo, afirmando ser este parte da sexualidade masculina. Os pesquisadores não defendem que o estupro seja um ato correto, mas acreditam ser uma prática que faz parte da evolução e da seleção natural já que é comum no Reino Animal, por exemplo, quando os machos de algumas espécies não são escolhidos pelas fêmeas, eles as agarram à força para procriar. 

Fonte: http://www.toneoperi.altervista.org/

A partir desta hipótese, os estudiosos afirmam que o estupro pode estar relacionado à seleção natural por dois motivos: aumento do sucesso reprodutivo da espécie, pois aumentaria o número de acasalamentos e o segundo, relacionado com a sexualidade masculina, tais como o desejo de possuir muitas fêmeas, o prazer do ato sexual e a capacidade de usar a violência para conseguir alcançar o objetivo. 
Outro forte argumento é de que a maioria dos estupros possui como vítimas mulheres em idade reprodutiva, sendo a violência contra idosas e crianças considerada como uma doença, uma psicopatia.

Variabilidade genética

São os diferentes resultados para as misturas de alelos (“pedaços” de genes), isto é, são variações das características genéticas causadas pelas diferentes combinações de alelos de um gene.

Em 1975 a feminista e jornalista Susan Browmiller defendeu em seu livro  “Against Our
Will: Men, Women, and Rape” (Contra nossa vontade: homens, mulheres e o estupro), que essa prática não tem nada haver com a sexualidade, mas sim com a violência e o desejo de dominação do homem sobre a mulher. Segundo a autora, culturalmente nossa sociedade patriarcal ensinou as mulheres a temerem e obedecerem aos homens, sem questionar seus atos,  transformando-as em objetos controlados por seus pais, maridos etc. 
Em algumas tribos como a Samburu no Quênia, meninas de 12 anos recebem colares indicando que já é permitido  o ato sexual, mesmo sem seu consentimento. Na antiguidade, gregos, romanos e egípcios já se valiam da prática do estupro para desmoralizar a tribo conquistada e impor o seu poder. Uma estratégia usada também por conquistadores do novo mundo (portugueses e espanhóis).

Queniana da tribo Samburu usando o colar para o ato sexual

A culpa também tem feito parte do debate. Uma pesquisa recente feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada em março deste ano revela que 26%  dos entrevistados, em sua maioria mulheres, acredita que a culpa do estupro é da vítima e não do agressor. 58,5% acham que se as mulheres soubessem se comportar não passariam por tal abuso, ou seja, atribuem o estupro às roupas, acessórios e comportamentos provocativos das vítimas.

Fonte: http://www.ebpsc.com.br/

Questão para debate:

Confronte as posições apresentadas pelo  Clipping e construa argumentos que te ajudem a se posicionar em relação ao polêmico tema.

Para esquentar o debate, assista a essa campanha indiana contra o estupro, um dos países onde há maior ocorrência do ato:


No Facebook veja a campanha:
"Eu não mereço ser estuprada”. Disponível em: < https://www.facebook.com /EuNao MerecoSerEstuprada>. Acesso em 29 de outubro de 2014.

Bibliografia:






Autoria:

Maiara Pereira Barreto e Maria Júlia Lima Rocha
Licenciandas de ciências biológicas – UFRJ
Bolsistas PIBEX – UFRJ – CCS/FE