Get me outta here!

segunda-feira, 30 de março de 2015

Estamos sós no universo?



(Crédito: NASA)


O grande espetáculo do universo, a vida, até onde se sabe, é exclusividade do planeta Terra. Há muito tempo o homem se questiona sobre a possível existência de vida extraterrestre, e se utiliza de argumentos científicos, filosóficos ou até religiosos para tal. No entanto, com o grande avanço tecnológico das últimas décadas talvez estejamos perto de alguma resposta.


A ciência que estuda a vida no universo é a 
astrobiologia e para a busca de vida extraterrestre, profissionais de diversas áreas como: biologia, química, astronomia, física, geologia, entre outras, se unem e seguem o conceito de habitabilidade para designar um possível astro com interesse biológico. Atualmente, esse conceito está intimamente ligado à presença de água líquida na superfície do astro.

Recentemente, houveram descobertas interessantes à respeito de astros com potencial biogênico, foram descobertos imensos oceanos subterrâneos em Ganimedes e Encélado, ambos satélites de Júpiter, cobertos de gelo na superfície. Essa descoberta se deu através da observação da atividade tectônica das calotas de gelo superficiais. Observou-se a atividade de geisers exalando vapor d'água. Acredita-se que por esses satélites possuírem núcleos ainda ativos e quentes, é possível manter água líquida abaixo da crosta de gelo superficial, o que os concede grande interesse astrobiológico, podendo abrigar organismos simples, provavelmente unicelulares. Outra lua de Júpiter, Europa, já era conhecida pelo seu potencial biológico e é considerada atualmente um dos locais mais prováveis de se encontrar vida no universo, também pela existência de um oceano subterrâneo, abaixo da camada de gelo superficial, porém com condições menos adversas que as demais luas. A NASA tem demonstrado grande interesse na exploração das luas de Júpiter, e missões espaciais já estão sendo planejadas.


Um modelo do que pode ser o interior de Encélado. (Crédito: Nasa)

Potencial biogênico:
   Potencial para desenvolver vida.

Dentre os cientistas, existem duas grandes escolas que discutem à respeito da existência de vida extraterrestre, a Escola Otimista e a Escola Pessimista. Ambas as escolas concordam com a teoria de que vida simples, unicelular, seja muito provável de existir fora da Terra. Entretanto, a Escola Otimista acredita que a vida não é um fenômeno tão raro no universo, uma vez que as moléculas biogênicas e a energia estão facilmente disponíveis, acreditando inclusive que possa haver vida complexa fora da Terra - organismos multicelulares, metazoários primitivos ou até mesmo seres inteligentes. Muitos cientistas dessa vertente em busca de vida inteligente chegaram a enviar sinais de rádio para o universo esperando receberem respostas, mas até hoje nada foi ouvido além do silêncio. A Escola Pessimista acredita que a vida é um fenômeno raro no Universo e que o Planeta Terra sofreu uma série de particularidades ao longo de sua evolução que permitiu a existência de vida, mas esse seria um caso extremamente incomum. Cientistas dessa vertente acreditam que é extremamente improvável haver vida complexa fora da Terra, e mais improvável ainda haver vida inteligente devido aos complexos processos evolutivos que seriam necessários para a existência desses seres.


Questões para debate:



  • Baseado no texto e nas notícias recentes, o que você esperaria das missões que estão sendo planejadas para as Luas de Júpiter?


  • À respeito da vida no universo com qual vertente você mais se identifica, com a Escola Otimista ou com a Escola Pessimista? Por quê?


Referências:


PAULINO-LIMA, I. G.; LAGE, C. A. S. Astrobiologia: definição, aplicações, perspectivas e panorama brasileiro. Boletim da Sociedade Astronômica Brasileira. Brasil, v. 29, n. 01, p. 14-21, setembro, 2009.

NOGUEIRA, Salvador. Ganimedes, Encélado e vida alienígena. Disponível em: <http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/03/13/ganimedes-encelado-e-vida-alienigena/>. Acesso em: 29/03/2015;

NOTÍCIAS TERRA. Cientistas procuram vida em Lua de Júpiter. Disponível em: < http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/cientistas-procuram-vida-em-lua-de-jupiter,419621bd679dc310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html>. Acesso em: 25/03/2015;

MACHADO, Roberta. NASA vai enviar nova sonda à Lua de Júpiter que pode abrigar vida. Disponível em: <http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2014/05/21/interna_tecnologia,530891/nasa-vai-enviar-nova-sonda-a-lua-de-jupiter-que-pode-abrigar-vida.shtml>. Acesso em: 25/03/2015;

REDD, Nola Taylor. To Europa! Mission to Jupiter's Moon Gains Support in Congress. Disponível em: http://www.space.com/27660-jupiter-moon-europa-exploration-congress.html. Acesso em: 25/03/2015.


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Autoria:



André Wanderley do Prado (Aluno de Bacharelado em Zoologia - UFRJ)


segunda-feira, 23 de março de 2015

Eutanásia: Direito de Matar ou Direito de Morrer

www.shosp.com.br

No planeta Terra qualquer ser vivo que possua sistema nervoso está suscetível à dor e ao sofrimento. Pessoas com graves doenças e em estágios terminais sofrem em leitos de hospitais por causa de enfermidades sem que o tratamento seja suficiente para a cura, ou mesmo, para a diminuição da dor. Assim, para evitar o sofrimento muitos médicos, em alguns países, administram a eutanásia que é a morte provocada em pessoas com forte sofrimento, doenças incuráveis ou em estado terminal. Entretanto, a busca pela morte sem a motivação humanística não pode ser considerada eutanásia (YOSHIKAWA, 2009).

Eutanásia é uma palavra de origem grega – eu significa "bom", thanatos significa "morte". É entendida como morte provocada pela piedade por pessoa que sofre e que está em estágio terminal de uma doença. Ao invés de deixar a morte acontecer naturalmente a eutanásia age antecipando a morte.

Nos países que permitem a eutanásia, as leis exigem que o paciente assine um documento informando o estado da sua doença e a sua vontade de fazer este procedimento, daí o caso é levado para uma comissão de médicos, juízes e psicólogos. No Brasil, ainda não há uma lei que justifique a eutanásia como um ato legal, devido às implicações bioéticas, do biodireito, religiosas e dos valores humanos. Contudo, se a pessoa estiver com forte sofrimento, doença incurável ou em estado terminal, a “morte” pode ser classificada como homicídio privilegiado, no qual se prevê diminuição de pena, conforme o Parágrafo 1º do Artigo 121 do Código Penal; pode também ser classificada como auxílio ao suicídio, quando o paciente solicita ajuda para morrer, conforme disposto no Art. 122, do mesmo código; ou ainda a conduta poderá ser considerada atípica, aquela situação fora dos padrões.

Diferente do Brasil, vários países da Europa permitem a eutanásia, sendo a justificativa evitar dor e sofrimento prolongado a um ente querido em estágio terminal. Nesses países há duas formas de se praticar a eutanásia: a "ativa" e a "passiva". A "eutanásia ativa" implica a opção pela morte individualmente deliberada por um enfermo incurável e assistida pelo médico que, a pedido do paciente, lhe prepara um cocktail mortal ("suicídio assistido"). Na "eutanásia passiva" são interrompidas as ações que tenham por fim prolongar a vida do paciente internado, que determina a não utilização de instrumentos, ou de medidas de prolongamento da vida. Esta prática já é muito comum em pacientes de estado terminal.

















http://www.ref.ch/

Algumas religiões são contra a eutanásia, pois a vida é considerada sagrada. O Antigo Testamento considera a vida como oferta de Deus. Em algumas religiões a morte só deve ocorrer quando a pessoa estiver pronta para seguir seu caminho espiritual. Por exemplo, a posição da Igreja Católica, como pronunciado pelos Papas e escrito nos 10 mandamentos - ‘não matarás’ - tem se mantido. No judaísmo, o médico é visto como instrumento de Deus para salvar a vida humana, sendo assim, também se posiciona contra a eutanásia.

Mas esta questão não se restringe a eutanásia, há a distanásia que é o prolongamento artificial do processo de morte e, por consequência, o prolongamento do sofrimento da pessoa e familiares que acreditam na recuperação do doente a todo custo. Conforme a doutora em Direito, Maria Helena Diniz, "trata-se do prolongamento exagerado da morte de um paciente terminal ou tratamento inútil. Não visa prolongar a vida, mas sim o processo de morte" (DINIZ, 2001).

Há também a ortotanásia, que significa morte correta, ou seja, a morte pelo seu processo natural. Neste caso o doente já está em processo natural da morte e recebe uma contribuição do médico para que este estado siga seu curso natural. Assim, ao invés de se prolongar artificialmente o processo de morte (distanásia), deixa-se que este se desenvolva naturalmente (ortotanásia). Somente o médico pode realizar a ortotanásia, não sendo obrigado a prolongar a vida do paciente contra a vontade deste e muito menos a diminuir sua dor. Mas, diante de dores muito intensas sofridas pelo paciente terminal, consideradas como intoleráveis e inúteis, o médico pode agir para amenizá-las, mesmo que a consequência venha a ser, indiretamente, a morte do paciente. A ortotanásia é considerada conduta atípica frente ao Código Penal brasileiro, pois não é a causa de morte da pessoa, uma vez que seu processo de morte já estava instalado.

VAMOS DEBATER?

Veja a imagem abaixo e discuta:



Reflita também sobre a seguinte frase:
"Os momentos de dificuldade não são os melhores conselheiros para se tomar uma decisão irrevogável".

A liberdade de autodeterminação no suicídio é motivada pelas suas circunstâncias. Discuta como o medo da morte, o medo de se tornar um fardo para outros, os altos custos do tratamento de pacientes terminais, dentre outros fatores, podem ser motivadores do desejo a morte, ou de seu prolongamento.






NA TELA
Entrevistas sobre a eutanásia no Brasil com um médico e um promotor de justiça. Veja também os casos de eutanásia no mundo.



Referências Bibliográficas:

DINIZ, Maria Helena. O estado atual do biodireito. São Paulo: Saraiva, 2001.

JUSTO, Antônio Cunha Duarte. Pegadas do Tempo. A eutanásia e a morte organizada. Publicado em . Disponível em: <http://antonio-justo.eu/?p=3112>. Acesso em: 18/03/2015.

SANTANA, Ana Lucia. Eutanásia. Disponível em: <http://www.infoescola.com/etica/eutanasia>. Acesso em: 18/03/2015.

RODRIGUES, Tereza. Bioética e direito. São Paulo: Jurídica Brasileira, 1999, p. 90

YOSHIKAWA, Daniella Parra Pedroso.  Portal LFG. Qual a diferença entre eutanásia, distanásia e ortotanásia? 18 Mai. 2009. Disponível em: <http://ww3.lfg.com.br/artigo/2008080409551418_direito-criminal_qual-a-diferena-entre-eutan%C2%A0sia-distan%C2%A0sia-e-ortotan%C2%A0sia.html>. Acesso em: 18/03/2015.       


Zero Hora. Saiba onde a eutanásia é permitida e como o tema é tratado no Brasil. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2014/11/saiba-onde-a-eutanasia-e-permitida-e-como-o-tema-e-tratado-no-brasil-4634762.html>. Acessado em:18/03/2015.



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Autoria


Carlos Victor Dourado Batista - Bacharelando em Ciências Biológicas 
Juliana Lima de Asevedo Velozo - Licencianda em Ciências Biológicas 
Instituto de Biologia - UFRJ

terça-feira, 17 de março de 2015

Métodos contraceptivos: escolha de quem?


Nos tempos atuais, a grande maioria das famílias busca se planejar, visando um futuro mais promissor. Nesse planejamento está incluída a escolha do momento certo para a chegada dos filhos, considerando que muitas famílias nem mesmo desejam tê-los. “O controle da reprodução é exigência da ânsia de sobrevivência do gênero humano e das novas tendências de liberdade” (DIAS et al, 1998). Para resolver tal problema, foram criados os métodos contraceptivos, que nada mais são do que formas de praticar o ato sexual com uma grande chance de que a mulher não engravide. Existem vários tipos de métodos, alguns muito usados, outros em testes ou, ainda, pouco conhecidos. Vale ressaltar também, que alguns métodos específicos são indicados por organizações e ministérios de saúde, já que, além de prevenir a gravidez indesejada, também são capazes de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).



Segundo o Ministério da Saúde, a camisinha não só evita uma gravidez indesejada, como também é o método mais eficaz contra DST’s, como por exemplo, a AIDS. Ela é constituída de látex relativamente impermeável e, assim, evita a passagem de sêmen, alguns vírus e bactérias. A camisinha masculina possui 98% de eficácia, enquanto a feminina é 96% eficaz. Porém, um grande problema relatado pelos usuários é a interferência na sensibilidade do ato sexual. Para resolver o problema, cientistas de várias universidades estudam a possibilidade de troca de material, tornando-a mais fina.

Um método bem conhecido também é a pílula anticoncepcional, esta é usada atualmente somente por mulheres. O anticoncepcional via oral, como qualquer outro método contraceptivo, não é 100% seguro. Ela é constituída de hormônios como a progesterona e o estrogênio e deve ser tomada diariamente, agindo de forma a impedir a ovulação e, consequentemente, a gravidez não planejada. Ainda não há certezas sobre a utilização do uso contínuo desse medicamento, porém, estudos realizados nos últimos anos indicam que a pílula anticoncepcional pode aumentar o risco de câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), “podem estar mais predispostas a ter a doença mulheres que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez”. Mesmo sendo exclusivamente feminina, existem estudos buscando a pílula anticoncepcional masculina, esta pretende agir diretamente contra o espermatozoide, mas seus testes ainda provocam muitos efeitos colaterais.

Um método não muito conhecido, mas que é muito utilizado principalmente por mulheres religiosas, já que é um método totalmente natural e se baseia no autoconhecimento, é o método Billings. Nele, as mulheres devem fazer um registro diário das sensações e aparência da vulva e do muco vaginal. Com base nesses resultados, identifica seu período fértil, podendo assim, evitar a gravidez. Isso é possível porque durante o período fértil, o corpo da mulher sofre mudanças, uma delas é a liberação do muco vaginal que serve para auxiliar e proteger o espermatozoide em sua chegada até o óvulo. Fora do período fértil, há uma diminuição do muco e, ainda que haja possibilidades de engravidar, o sêmen terá mais dificuldade de chegar ao óvulo. Porém, este não é um método imediato, para que ele possua uma porcentagem relativamente alta de segurança é preciso que a mulher conheça muito bem o funcionamento do método e a si mesma.

Há ainda os métodos irreversíveis ou reversíveis com ajuda médica, esses são os métodos cirúrgicos. Os mais conhecidos são vasectomia e laqueadura tubária, procurados principalmente por casais que não desejam mais ter filhos.
A vasectomia é o procedimento cirúrgico para homens, onde o ducto deferente é cortado, interrompendo a passagem do espermatozoide para o lado externo no momento da ejaculação. Uma das causas de sua procura é que não interfere na sensibilidade e nem nos hormônios. Porém, se o homem passar por esse procedimento e um dia desejar ter filhos, isso só será possível através de nova intervenção cirúrgica, além disso, um estudo da Escola de Medicina de Harvard constatou que os homens que se submetem a esse procedimento, possuem 66% mais chances de desenvolver câncer de próstata do que os homens que não o fazem.

Já a laqueadura tubária é a interferência cirúrgica feminina, onde ocorre um corte da tuba uterina que impede que o espermatozoide se encontre com o óvulo e o fertilize. Um estudo realizado sobre o perfil das mulheres submetidas à laqueadura entre os anos de 2003 e 2009 informa que 75% dessas mulheres optaram pela cirurgia porque engravidaram mesmo usando outros métodos contraceptivos, e 80% não se arrependem da cirurgia. Se algum dia houver o desejo de engravidar novamente, a mulher precisará passar por um novo procedimento cirúrgico ou fazer uso da reprodução in vitro. Porém, existe o risco da “síndrome pós-laqueadura”, que pode acarretar dor pélvica, mudança no ciclo e fluxo menstrual, além de problemas psíquicos e arrependimento. 


PARA AUMENTAR O DEBATE...


  • Muitas vertentes implicam na escolha do método: sociedade, religião, o(a) parceiro(a). A quem cabe a escolha do método contraceptivo?
  • Mesmo diante de tantos métodos para controle de natalidade, ainda ocorrem muitos casos de gravidez indesejada, principalmente durante a adolescência. Construa uma pesquisa, por exemplo, sobre o conhecimento desses métodos entre pessoas próximas e discuta a relação entre gravidez indesejada e falta de informação.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



AUTORIA: 

Maiara Pereira Barreto (Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ)






terça-feira, 10 de março de 2015

ESPELHO, ESPELHO MEU, EXISTE UM CORPO MAIS BELO QUE O MEU?



No séc. XXI a visão sobre o corpo mudou passando da cultura de corpo “perfeito”, magro, para uma cultura “fitness”, em que corpo belo é corpo malhado! Muitas indústrias, com foco em produtos como suplementos e vitaminas, moda, cirurgias plásticas e academias aparecem no mercado chamando a atenção sobre o padrão estético, o estilo de vida e criando a moda de que ser belo é ter pernas e braços bem definidos e barriga ‘tanquinho’!  

Mas beleza é um conceito variável no tempo, influenciado por comportamentos, pela região onde vivemos e até mesmo por interesses econômicos que acabam ditando determinados padrões e eliminando outros.

“Beleza, substantivo feminino que expressa qualidade, do que é belo e/ ou agradável. Pode também ser um termo para caracterizar uma mulher/homem formosa/o ou uma coisa bela”.


Um dos padrões tidos como “belo” na atual sociedade ocidental, são os corpos magros e altos, com cabelos e olhos claros, com traços finos em suas faces, além do corpo malhado, extremamente esculpido por academias e dietas da moda. Mas nem sempre foi assim, o ideal de corpo sofreu grandes evoluções e mudanças ao longo de toda a existência do ser humano, acompanhando as mudanças sociais e as diferenças culturais que refletem a forma como enxergamos a diversidade de corpos e a beleza.

O corpo se tornou um assunto polêmico e extremamente delicado. Quem mais sofre com a imposição da tal dita “beleza” ainda são as mulheres e os adolescentes, que fazem praticamente de tudo para alcançar um corpo perfeito. Fazendo o uso de dietas mirabolantes, amplamente restritivas e exercício físico, na busca da aceitação social obtida com o “corpo perfeito”. Nessa lógica, a beleza se transforma em obrigação.  A mídia mostra mulheres magras e homens “sarados”, com um corpo ideal e isso bombardeia as pessoas com ideias que se tornam aceitas por todos, sem questionamentos. Muitas pessoas passam a lutar para ter o mesmo corpo que é mostrado na TV e se esquecem de aceitar seu corpo como ele é. Muitas passam por graves problemas psicológicos na busca incansável do corpo perfeito. Doenças como anorexia e bulimia crescem entre jovens.

Mas lembramos que o padrão é muito variável. Ícones de beleza de décadas passadas, como Marilyn Monroe, Audrey Hepburn ou Luiza Brunet, hoje em dia, seriam vistas como gordas! Por critérios estéticos racistas, a Miss Universo de 2011, a angolana Leila Lopes, nem entraria na disputa por ser negra.

Do ponto de vista cultural, os “padrões de beleza” variam e podem nos parecer estranhos, mas têm suas explicações em fundos históricos e na própria evolução da espécie humana.
Na Mauritânia, por exemplo, bonitas são as mulheres obesas. Elas são consideradas sinal de prestígio e de riqueza, devido à fome e a subnutrição serem os principais problemas do país. Seu tamanho avantajado é sinal de status social. Além disso, não precisam trabalhar por possuírem um marido rico; sentimentalmente falando, elas ocupariam mais espaço no coração de seu esposo que uma mulher magra. 

Mulher de corpo ideal na Mauritânia 

Na Nova Zelândia, os descendentes dos Maoris, se produzem com tatuagens tribais de nome Moko. As mulheres carregam detalhes azuis nos lábios e no queixo, já os homens exibem seus desenhos por todo o rosto, sendo suas tatuagens únicas, contando a história de vida de cada um.

Homem da Tribo Maori com Moko por todo o rosto

Para a tribo etíope Mursi, belas são as mulheres que possuem enormes discos de madeira ou porcelana no lábio inferior. As mulheres Mursi são em sua maioria mulheres altas e esbeltas, exibindo uma perfeita simetria corporal. Uma das explicações para a perfuração de seus lábios é que antigamente essas mulheres eram as preferidas dos mercadores de escravos e os homens Mursi para preservarem suas mulheres encontraram no ato de perfurar o lábio uma solução; afinal, com a deformação elas perdem valor como escravas. Com o tempo os homens passaram a admirar o visual e isso se tornou um padrão de fascínio. Bem diferente do padrão estético brasileiro, não?

Mulheres da Tribo Mursi com discos nos Lábios

Na Tailandia em uma comunidade chamada Padaung as mulheres carregam anéis de cobre no pescoço. Quanto mais alto o pescoço, mais bela é considerada a mulher. Eles apreciam o longo pescoço, que é sinal de sensualidade feminina.

 Jovem Padaung com anel de cobre no pescoço



      QUESTÕES PARA DEBATE:
Para você, o que significa ser belo?
Você se sente influenciado ou mesmo obrigado a seguir padrões estéticos? Quem o influencia?



Fontes:
SOLOROS.  Eugenia Brasileira. Disponível em < https://www.stormfront.org/forum/t842376/>. Acesso em 09 de março de 2015.

SILVA, André. Imperativos da Beleza. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/ v32n87/07.pdf>. Acesso em 09 de março de 2015.

OLIVEIRA, Nara.Cultura do corpo pós modernidade. Disponível em<http://www.efdeportes.com/efd119/cultura-do-corpo-na-pos-modernidade.htm>. Acesso em 09 de março de 2015.

MENDES, Maria; NÓBREGA, Terezinha. Cultura de Movimento. Disponível em<www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/6135/4981>. Acesso em 09 de março de 2015.

JATOBÁ, Vitor; FRANCO, Leticia. Análise Reflexiva do corpo cultural. Disponível em <http://www.efdeportes.com/efd109/analise-reflexiva-do-corpo-cultural.htm>. Acesso em 09 de março de 2015.


AUTORIA
Jacykaysla Pacheco da Silva - Licencianda em Ciências Biológicas –UFRJ/CCS
Maria Júlia Lima Rocha– Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ / CCS

segunda-feira, 2 de março de 2015

Fogo contra fogo no combate a dengue


A dengue é um dos principais problemas de saúde pública do Brasil. Mesmo com as frequentes campanhas e programas de combate os índices alarmantes de pessoas doentes se repetem ano após ano. Mas o jogo pode estar mudando a nosso favor. Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ) em parceria com o Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz/MG) estão liberando mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia pipientis no bairro de Tubiacanga, localizado na Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro, como teste de campo de uma pesquisa realizada durante dois anos. Essa pesquisa faz parte do programa internacional ‘Eliminate Dengue: our Challenge’ (Eliminar a dengue: nosso desafio) já realizado na Austrália, Vietnã e na Indonésia, com previsão de ser implantado também em outros países.

www.madsaude.com           
Estudos descobriram que a bactéria Wolbachia bloqueia a transmissão do vírus da dengue no mosquito A. aegypti, ela também inibiu a reprodução do vírus no mosquito infectado, porque compete com o vírus pelos recursos presentes nas células do mosquito. Outro efeito interessante causado pela Wolbachia é a morte dos embriões do mosquito em cruzamentos entre um macho portador da bactéria e uma fêmea não portadora. Com isso, ela pode promover tanto uma queda na taxa de transmissão do vírus da dengue, quanto no número de vetores da doença.
O programa do qual a pesquisa brasileira faz parte utiliza mosquitos infectados por Wolbachia pipientis (criados em laboratório) para disseminar a bactéria em populações naturais de Aedes aegypti. Os pesquisadores esperam que após a soltura e a infecção das populações naturais de mosquitos com a bactéria, as áreas onde as pesquisas de campo estão sendo realizadas apresentem uma redução significativa na transmissão do vírus da dengue.
          
 www.brasil.gov.br  

Porém, por outro lado, sabemos que bactérias são seres altamente mutáveis, ou seja, apresentam um grau elevado de mutações em seu material genético. Isso torna esses seres, de certo modo, imprevisíveis. Então será que a utilização da bactéria Wolbachia é 100% segura? No futuro, ela pode vir a infectar outros animais e até mesmo seres humanos? Bem, as pesquisas realizadas até agora demonstram que não e os pesquisadores garantem a segurança do processo. E você o que acha?



Assista a entrevista  de Rafael Maciel de Freitas, doutor em Biologia Parasitária , pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Departamento de Entomologia





Vídeo produzido por:
Maycon S. Alberto Santos Neves

Utilizando as informações do clipping e dos vídeos posicione-se contra ou a favor da pesquisa e construa argumentos para defender sua posição.


Referências Bibliográficas

ALBUQUERQUE, Cristiane; FERREIRA, Vinícius. Fundação Oswaldo Cruz. Fiocruz inicia estudo com mosquitos que podem reduzir a transmissão da dengue. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2178&query=simple&search_by_authorname=all&search_by_field=tax&search_by_keywords=any&search_by_priority=all&search_by_section=all&search_by_state=all&search_text_options=all&sid=32&site=fio&text=eliminar+a+dengue>. 24 Set. 2014.

Autoria
Maycon S. Alberto Santos Neves e Ricardo Bittencourt Braga
Licenciados em Ciências Biológicas pela UFRJ

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