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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Consumo da droga do humor: necessidade ou exagero?

No Brasil, em 1973, foi lançado um medicamento para amenizar os efeitos da epilepsia, o Rivotril. A droga passou a ser usada como tranquilizante, principalmente por apresentar benefícios em relação a outros medicamentos usados na época. O clonazepam, princípio ativo do medicamento Rivotril, do laboratório farmacêutico Roche, pertence à classe farmacológica das benzodiazepinas, que agem diretamente sobre o sistema nervoso central, afetando a mente e o humor. Em pouco tempo esse medicamento se tornou um dos mais requisitados em farmácias e já esteve em segundo lugar na lista dos mais vendidos no país. Entre agosto de 2011 e agosto de 2012, o medicamento foi o  8º mais consumido no Brasil. No ano seguinte, o seu consumo ultrapassou os 13,8 milhões de caixas. Em 2015 foram 18 milhões de caixas vendidas (Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA).

O Rivotril é um medicamento “tarja preta”, ou seja, tem seu uso controlado e sua venda só é permitida com receita médica em função de seus efeitos colaterais, além disso, o seu consumo excessivo pode gerar dependência química, conforme a bula: “o uso de benzodiazepínicos pode levar ao desenvolvimento de dependência física e psíquica”.
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Mas se o Rivotril é um medicamento tarja preta, como se tornou o medicamento da moda?

O Rivotril pode ser a solução em casos de controle de distúrbios epilépticos e casos graves de transtornos de ansiedade, como a Síndrome do Pânico. Porém seu uso apresenta altos índices de dependência e efeitos colaterais que incluem depressão, alucinações, amnésia, tentativas de suicídio e dificuldades para articular a fala.
Entretanto, com sua popularização, o remédio hoje é usado como o medicamento capaz de curar qualquer problema do dia-a-dia, principalmente entre executivos que sofrem muita pressão no trabalho, crianças e jovens hiperativos, muitas vezes de forma ilegal, sem a receita médica.
 “Comecei a tomar o Rivotril por indicação médica, inicialmente contra crises de pânico, fobia social e insônia aliado ao uso de fluoxetina contra depressão. No início foi ótimo, como tinha dificuldade de fazer provas e ir à faculdade, o medicamento me tranquilizava. O que era para ser de maneira esporádica passou a ser frequente, passei a tomar o Rivotril para insônia antes mesmo de tentar dormir. Após o uso excessivo e diante de uma crise no final de um semestre acabei sendo internado em uma clínica por uma semana...”.
O depoimento é do jovem Alexandre (nome fictício) que acrescenta que teve acompanhamento psiquiátrico durante todo o tempo de consumo do medicamento e, após internação, preferiu a terapia cognitiva como aliada contra as crises de pânico e a insônia.

Segundo Maurício Viotti Daker, professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFMG, não se deve, de forma alguma, desmerecer a condição de quem realmente precisa fazer uso desses remédios:
“Depressão é uma doença e não deve ser confundida com a tristeza, sentimento comum que nos acomete. O clonazepam atua imediatamente e traz um alívio imediato para situações de fortes crises para quem sofre de um mal psíquico e pode estar à beira de fazer alguma bobagem contra si mesmo. Mas não se deve esquecer do seu potencial de gerar dependência. É algo que já tem que ser colocado como temporário, um tratamento com duração de duas a três semanas, até começa a reduzir ou usar só nas crises”, orienta o professor.

Em contrapartida a Roche, fabricante de Rivotril (clonazepam), esclarece que as vendas do medicamento permanecem estáveis nos últimos anos no Brasil, embora a classe terapêutica CT4 e a substância clonazepam tenham crescido recentemente. A companhia reitera que somente o médico pode prescrever o medicamento, por meio de uma receita retida e controlada pela ANVISA, considerando as necessidades médicas de cada paciente. 

Para debate:

Gostaríamos de saber a sua opinião: medicamentos são drogas que podem produzir efeitos colaterais, o Rivotril, por exemplo, pode causar sonolência, desatenção, dificuldade de compreensão, então o que justificaria seu uso exagerado em crianças e jovens em idade escolar?






Bibliografia:
Tarja preta x tarja vermelha:  entenda as diferenças. Disponível em: <http://www.hipolabor.com.br/blog/2014/07/17/tarja-preta-x-tarja-vermelha-entenda-diferencas/ >. Acesso em: 20/06/2016.   
DUTRA, Mari. Rivotril, um dos remédios mais vendidos do Brasil e que é uma febre entre executivos. Disponível em: <http://www.hypeness.com.br/2015/01/rivotril-como-um-remedio-tarja-preta-se-tornou-um-dos-mais-vendidos-do-brasil/>.  Acesso em: 20/06/2016.
FRANÇA, Bárbara. Nação Rivotril. Disponível em: <http://www.otempo.com.br/pampulha/reportagem/na%C3%A7%C3%A3o-rivotril-1.1180024>. Acesso em: 20/06/2016.

MATUOKA,  Ingrid. Rivotril, a droga da paz química. Disponível em:  .  Acesso em: 20/06/2016.



Autoria : Juliana Lima de Asevêdo de Avelar de Almeida /
 Licencianada em Licenciatura em Ciências Biológicas. Bolsista Pibex/Ufrj.















quarta-feira, 15 de junho de 2016

Gastos desnecessarios ou investimento importante para as Olimpiadas?


Estamos bem próximos das Olimpíadas 2016, e os diversos acontecimentos que temos presenciado nos levam a pensar sobre a situação de instabilidade política em que o país se encontra e no evento de amplitude internacional que está prestes a acontecer, em agosto de 2016.
Não é novidade para o brasileiro que o país tem sofrido uma grave crise econômica e social. Em estado precário estão a saúde e as redes de ensino públicas, ambas com grandes cortes de orçamento. Outras áreas têm sido impactadas pelas obras de infraestrutura, como transporte urbano e mobilidade na cidade que sediará os eventos.
Segundo os organizadores essas obras foram feitas para ajudar o país, gerando renda para o turismo, empregos diretos e indiretos, investimentos em equipamentos públicos - vias públicas, VLT (veículo leve sobre trilhos) e outros. Andando pela cidade sede – Rio de Janeiro -, vemos o crescimento da infraestrutura esportiva para o treinamento dos atletas nacionais. Com equipamentos de ponta, o treinamento desses atletas poderá melhorar, mesmo após os jogos.
Em janeiro de 2014, um relatório preliminar da Universidade Federal do Rio de Janeiro, encomendado pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, defendia que o evento poderia proporcionar "benefícios para as economias local, regional e nacional, ao estimular investimentos incrementais e estruturais”. Outro estudo realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA) a pedido do Ministério dos Transportes indicava U$51 bilhões em movimentação de capital e a possibilidade de 120 mil vagas de empregos.

Complexo de estádios do Recreio/RJ - fonte: oglobo.globo.com

Porém, é possível observar que houve também redução de linhas de ônibus e as interdições das vias públicas, principalmente no Centro da cidade por causa das obras, e que se tornaram um transtorno para o carioca. A exclusividade do evento a cidade do Rio também limita os retornos financeiros para o país, pois apenas alguns jogos de futebol não serão no RJ. Com toda a insatisfação pública com os gastos excessivos do governo, existe também a possibilidade dos brasileiros utilizarem o evento para manifestarem sua indignação. Surge então a probabilidade do ato ser mal recebido por turistas e abalar a imagem da cidade olímpica, num momento de campanhas políticas e disputas pela presidência do país e dos cargos municipais.
Mas com todos os prós e contras, porque foi considerado importante que o país sediasse grandes eventos como Copa, Olimpíadas e Paraolimpíadas? Sediar um evento de tamanha importância garante que se ganhe visibilidade e poder na disputa por recursos nacionais e internacionais, visando o desenvolvimento da economia local. Mas será que isso irá acontecer realmente?

QUESTÃO PARA DEBATE:
Você acha que é possível que o país se reestabeleça e consiga receber bem os turistas, além de ter retorno financeiro? Se sim, qual seria?


REFERENCIAS:

COSTAS, Ruth. BBC BRASIL. RIO 2016, Olimpíada atrapalha ou ajuda o Brasil em recessão? . Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150803_olimpiada_ru>

Recessão deve ofuscar benefícios da Olimpíada, dizem especialistas <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2016/01/04/internas_economia,512704/recessao-deve-ofuscar-beneficios-da-olimpiada-dizem-especialistas.shtml>


Estudo mostra impacto das Olimpíadas na economia brasileira. Disponivel em:


Autoria :

Jacykaysla Pacheco da Silva -  Bacharel em Ciencias Biologicas/ Bolsista Pibex


                                            

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Semana do Meio Ambiente

Nesta semana do Meio Ambiente não temos o que festejar. Em fins de 2015   fomos vítimas do maior desastre ambiental da história do Brasil. Desastres como o de Mariana (MG), provocado pelo lucro a qualquer preço, NOS DEIXAM DE LUTO E IMPEDIDOS DE COMEMORAR! Como nosso blog é dirigido aos professores e aos jovens, resolvemos não deixar a data passar em branco e postar a sugestão de mais um debate rico em controvérsias e contradições, debate que pode abrir mentes e corações, que pode gerar consciência do que tem se tornado a indústria da morte de trabalhadores e das belas modelos, da riqueza de poucos a custo da miséria de muitos, da poluição do solo e da submissão do campo. Falamos da indústria têxtil, ou melhor, da indústria da moda rápida, descartável, do consumo obsceno de roupas, que descarta toneladas de peças a todo instante.


Cristina Boeckel/G1

Sugerimos assistir o vídeo legendado The True Cost, em português, O VERDADEIRO CUSTO, produzido em 2015, pelo cineasta e fotógrafo Andrew Morgan. Com personagens como a fashionista Safia Minney e a jovem trabalhadora e sindicalista Shima Akhter, personagens como o liberal defensor da indústria têxtil Benjamin Powell e a fazendeira texana Lahrea Pepper. Assista o vídeo e tome uma posição! E que venham melhores dias para o planeta, e para todos nós!


Veja o trailer do filme no link: https://www.youtube.com/watch?v=DjncKUmpOZk

Ou se cadastre no site e veja o filme na íntegra: http://www.filmesdetv.com/the-true-cost-2015.html


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